Expedición y Aventura en el PozoTierra
Para quem
não conhece, está localizada no Estado do Rio de Janeiro, bem próximo com a
divisa de Minas Gerais um local importantíssimo para a manutenção da fauna e
flora, que nos desperta curiosidade há anos. Sabíamos do potencial
ecológico do local e não estávamos errados. Essa localidade fica dentro de uma
propriedade particular e é raramente frequentada por seres humanos. Às vezes
alguns peões da propriedade tem que passar por lá em busca de algum dos seus
bois de invernada. Este rincão no sudeste, depois de voltar lá após 06 anos
continua a mesma coisa. Sendo assim, decidimos preservar a sua localização
exata pra não criar um enxame de bisbilhoteiros que não querem o bem do meio
ambiente. Fizemos nossa parte e estamos felizes com isso. Nesta “Terra” no meio
do nada, serve de abrigo para alguns dos maiores remanescentes faunísticos da
região sul fluminense, que há séculos foi destruída para dar lugar a pecuária e
ao café. Os aproximados trinta mil hectares de propriedade particular, formam
um mosaico de zona econômica com a pecuária, matas secundárias e este pequeno
paraíso de mata não muito atlântica com menos de dois hectares, por já ter sido
explorada no passado. Sendo assim, existem grandes lacunas do conhecimento
científico por se desvendar. Além disso, esta sofre fortes pressões por estar situada em uma
das fronteiras de desenvolvimento agropecuário.
Aspéctos do local
Para
conhecer a biodiversidade desta região, o PUB fez uma expedição observatória ao
local. O trajeto foi feito parcialmente a cavalo e outro a pé. O objetivo da
expedição era realizar uma caminhada ecológica simples para obter dados
iniciais desta região pouco conhecida, proporcionando um conhecimento básico
que poderá ser incorporado às nossas pesquisas em algum lugar do futuro.
A equipe de
trilha resumiu-se em apenas três pessoas, sendo dois biólogos e um mateiro da
fazenda, este que nos deixou com um pouco de trabalho pelo caminho. Tivemos que
procurar uma vaca que caiu de um barranco e que poderia estar muito machucada.
Enfim, a encontramos com os nossos queridos Cathartes
burroviannus e Coragyps atratus
se banqueteando em seu fétido churrasco. Triste para a vaca e feliz para os
urubus. Chegando ao tão esperado local, podemos observar um número considerável
de animais: invertebrados aquáticos, insetos terrestres, aracnídeos, peixes,
répteis, aves e até mamíferos.
O famoso Poço de Terra
Segundo o
idealizador desta expedição, Cadu Amorim, este pequeno “Poço de Terra", assim denominado, tem
água e pode abrigar uma grande quantidade de espécies raras ou migratórias quem
sabe até endêmicas, já que tinham muitos invertebrados, para o Estado. Esperávamos
encontrar novidades, como novos
registros de ocorrência e mesmo espécies novas em nossas observações pelo
Brasil, fato.
Nesse sentido, os dados sobre a fauna que
foram obtidos na expedição nos causaram surpresa, onde conseguimos identificar
como os mais significativos: a capivara (Hydrochoerus hydrochaeris), a raposa (Cerdocyon
thous), a Jaritataca (Conepatus
semistriatus), o Tapiti (Sylvilagus
brasiliensis), o Preá (Cavia sp),
o Teiú (Tupinambis teguixim) e a
cobra (Crotalus sp). Em relação às
aves, destacamos uma quantidade de aves que são “recém-invasoras” como o Tucano
(Ramphastos toco) e a Gralha (Cyanocorax cristatellus). Porém os que
mais nos impressionaram foi quando identificamos duas espécies muito incomuns
para a região que é a Curicaca (Theristicus
caudatus) e a imponente presença de um Tuiuiú (Jabiru mycteria), este bastante raro no Estado.
Seria importante para a área uma
consolidação do plano de pesquisa nos moldes científicos. Queremos gerar dados
básicos sobre sistemática, ecologia e biogeografia de organismos. Fim da nossa empreitada lá pelas tantas da noite. A volta, uma aventura a parte.
Fonte: Google / ICMBio / Polícia Militar Ambiental do Rio de Janeiro
Agradecimentos: Seo Geraldo / A vaca e a direção da Fazenda.
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