Observación de aves en una selva urbana
Nesta última passarinhada do PUB, como de costume, o dia estava lindo e é claro que a paisagem também.
Entre todas as possibilidades, concentrei-me em uma espécie, o de costume Sarcoramphus papa, conhecido
popularmente como Urubu rei. Que beleza de espécie, essas aves ficam geralmente
em voo nas correntes térmicas. Porém hoje não deu o ar da graça. Eles são assim,
gostam de ser misteriosos e aguçar nossa ambição em observa-los. Ainda bem
que o local que estou hoje é bem propício e o dia jamais seria em vão. A
maioria das aves que aqui são observadas ficam no alto, entre os galhos,
dificultando a visualização, mas dá para ouvir e sua vocalização e com certa
paciência conseguimos identifica-las. Porém também é fácil ver os frequentadores
aquáticos que se utilizam do represamento das águas para descanso ou se
alimentar.
Aspécto da área
Longos dias a madrugar e incansáveis
fins de tarde para acompanhar os amigos do Clube de Observadores de Aves de
Franca com a pesquisa sobre as aves deste sitio. Inicialmente, um total de 80
espécies de aves foi registrado nesta pequena área Florestal no
interior de São Paulo. O levantamento foi realizado utilizando-se de métodos de
amostragem quantitativos (pontos fixos). O número de espécies registrado é
importante, pois esta área fica no meio do centro urbano com aproximados três
hectares. Existe uma grande heterogeneidade da avifauna na mata, sendo mais
marcante por ser um trecho de mata secundária e com espécies exóticas. Este
Oasis é muito importante para a manutenção hídrica da região, pois possui uma
nascente que forma um córrego que acaba por desaguar no principal rio da
cidade, o Cubatão. O local tem acesso restrito, ao qual conseguimos autorização
devido o proprietário admirar a natureza e nosso trabalho, assim fica fácil e
mais gostoso.
Observando as aves na mata fechada
Observando aves no trecho aberto
Das principais espécies observadas temos o Verão (Pyrocephalus rubunus), o Gavião bombacha
(Accipiter bicolor), a Maracanã (Orthopsittaca manilatta), esta muito
rara e surpresa em aparecer na região. Como somente foram observadas em voo,
conseguimos ver sua característica de face amarelada e seu abdômen vermelho.
Sempre no fim do dia passavam voando por lá. Também observamos o Arapaçú do
cerrado (Lepdocolaptes angustirostris),
a Bandoleta (Cypsnagra hirundinacea),
a Curicaca (Theristicus caudatus), a
Saíra viúva (Pipraeidea melanonota),
o Papagaio (Amazona amazonica), e o
Caburé acanelado (Aegolius harrissi)
entre outros. Apesar de não aparentar, a nascente foi represada para a criação
de peixes pelo proprietário que teve uma tentativa fracassada de montar um
pesque pague, se não dá certo por um lado, dá por outro. As aves comemoram. Formou-se um ecossistema
perfeito...água e mata, consequentemente a presença dos animais. Alguns indivíduos de
peixes ainda vivem no local se reproduzindo naturalmente, atraindo as aves
pescadoras como a Garça Branca Grande (Ardea
alba), o Socó boi (Botaurus pinnatus)
além do Martim pescador (Chloroceryle amazonica).
Pipraeidea melanonota (Foto: M.Ruiz)
Área represada
Turdus leucomelas ferido
Muitas outras espécies vivem e
dependem deste pequenino local com sua importância magnânima. Muitas outras
vezes estivemos no lá e outras muitas espécies ainda estão para serem identificadas,
como pequenos mamíferos (Roedores e Marsupiais), repteis e anfíbios, além de inúmeros
invertebrados. Um incidente ruim também ocorreu neste dia. Um Sabiá barranco (Turdus leucomelas) foi encontrado ferido, provavel ataque de gavião, e consegui captura-lo com facilidade. Após alguns minutos de repouso e proteção, foi devolvido a natureza voando com firmeza. Mas esta, conto em uma nova expedição nossa por lá, até breve.
Compilação dos dados do dia com Marcelo Marques
Athene cunicularia (Foto: Marcelo Marques)
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